sábado, 30 de abril de 2011

Migrações em Massa

O preconceito linguístico existe, é fato, mesmo em um país repleto de miscigenação e de contradições. A pergunta que nos rodeia é: se sabemos que não somos um só, se sabemos que a mistura existe, por que a pretensão de unificar a nossa linguagem? Basta olharmos para o lado que iremos nos deparar com índios, nordestinos… Pessoas vindas de diferentes lugares e com diferentes culturas. Como querer que todas se expressem da mesma forma? É humanamente impossível que isso aconteça, pois cada uma dessas pessoas possui diferentes origens e com isso, suas próprias referências, adquiridas através de longos anos.



“Com relação à língua, o que menos se quer é ser diferente.”


Esta afirmação muito tem a ver com o que acontece em nosso dia a dia. Nossa fala, além de ser o meio pelo qual nos comunicamos, é também uma forma de nos classificarmos perante a sociedade. Sim, quem possui um linguajar mais rebuscado, ainda que não saiba o que diz, terá mais aceitação – e consequentemente atenção – no momento de seu discurso do que aquele que possui uma fala mais simples, mesmo que este tenha total domínio sobre o tema discorrido. Tal percepção é facilmente notada em nossos políticos nos tempos de eleição. O cidadão brasileiro é capaz de votar duas vezes num político corrupto, mas que fale bem, usando palavras que ele sequer entende, já um candidato honesto que usa palavras mais simples e é capaz de fazer entender as suas propostas, sofre pra ganhar votos. Em parte, não podemos culpar o povo por tal atitude. Isso já está incutido no brasileiro.
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